terça-feira, 29 de abril de 2008

O fim do mito do Pai Natal

O Paulito foi com os pais no dia 23 de Dezembro jantar fora.

Ao restaurante do senhor Matias, ali mesmo à entrada das portas de benfica.
Ele estava feliz. Era Natal.
O Paulito aínda acreditava no mito no seu todo.
Na parte em que só para os meninos bem comportados haveriam prendas.
Na carta que ele escrevia a pedir as prendas para esse ano, onde iniciava sempre com um "Amigo Pai Natal..." e terminava com "Não te esqueças de mim Pai Natal.".

Este ano na carta ele tinha pedido o helicóptero dos Transformers, aquele que se transformava na base dos maus , e uma bola que tinha em cada gomo a cara do Cristiano Ronaldo.

Mas mesmo assim questionava-se sempre como o Pai Natal entraria em sua casa visto não terem chaminé.
Por isso deixava sempre uma fresta aberta na janela da marquise, não fosse ele estar atrasado nas entregas e decidir ignorar as entregas naquela casa.

Quando chegaram ao restaurante, o Amílcar, que já trabalhava no Prateado há bem mais de 10 anos, indicou-lhes a mesa habitual.

Sentaram-se na mesa e começaram a olhar para os menus.
O Paulito pediu um bitoque. Os pais pediram carapauzinhos fritos com arroz de tomate e s'lada.

O Amílcar escrevinhou o pedido num bloquinho velho, fez uma vénia subtil, e retirou-se.

O meu pai ainda disse quando ele virou costas: "Amilcar, são duas imperiais e uma sévanép aqui pró miúdo!".
"Sim senhor!", respondeu prontamente o Amílcar.
Nestas alturas o Paulito chegava a sentir orgulho no seu pai.
A maneira firme como ele dáva ordens.

Enquanto começaram nas entradas, uns queijitos gordurosos, umas manteigas e uns pães, chega um casal para jantar.
Foi esse evento que iria despoletar toda a hecatombe em que iria tornar-se o resto da noite.

Foi aquele riso, o "Ho Ho Ho Ho" meio rouco e arrastado que o fez virar de repente para a mesa
onde se sentava o tal casal.

Algo estremeceu dentro do Paulito e ele soube que não foi a pilha do telecomando da TV que ele
tinha metido no cú há dois dias, pois tinha saído entretanto, que ele tinha confirmado.

Ele olhou enquanto eles faziam o seu pedido...

O senhor diz: "Eu vou na chanfana de borrego. E tu?"
"Eu estava a pensar atacar a dobrada. Se bem que depois peido-me toda! Ho Ho Ho Ho!!!"
Lá estava o riso do pai natal novamente!

O Paulito estava nitidamente mais horrorizado a cada minuto que passava.
Aquela senhora não poderia ser o Pai Natal.
Não ela.
Teria de ser um velhinho muito simpático. De barbas brancas.

Ele olhava para os pais.
Em busca de uma palavra de conforto, que o fizesse ficar descansado.
Mas não. Eles continuavam a comer e pareciam estar alheados de tudo.
Ele sentiu mais arrepios de horror quando o riso teimava em surgir.
Quase deu um grito quando no meio do riso ela se descuidou e se peidou.
Nesse momento ainda se riu mais e diz ao marido que tinha de ir aos sanitários pois achava que já tinha "selo" nas cuecas com este descuído.
Foi a vez do marido se rir.

O Paulito disse aos pais que tinha de ir fazer xixi e a mãe perguntou-lhe se ele conseguia ir
sózinho.
Ele disse que sim.
Os pais olharam-se com cumplicidade e sorriram.
O seu pequeno homenzinho estava a crescer!

Mas o Paulito quando saiu da cadeira em direcção aos lávabos já ia meio em transe.
E quando lá chegou viu se alguém estava a olhar e roubou num ápice uma faca de serrilha das
enormes gavetas do restaurante.
É que a ele não o enganavam...
Aquela senhora esquisita tinha de ter feito mal ao Pai Natal.
Provavelmente comeu-o inteiro, e ele tentava pedir ajuda projectando o seu riso através do dela.
Mas ele iria tirar isso a limpo! Áh se ia!
Olhou para os lados para se certificar que não estava ninguém a ver e entrou de rompante no
cubiculo destinado às senhoras.
Ficou estarrecido com o que viu!!!

Ela estava assim de pé com as pernas meio arqueadas, com as calças e as cuecas pelas coxas, a
olhar para o sítio onde ele tinha o biló.
E o Paulito soltou um "Ohhhhhh..." de espanto quando viu que a senhora não só não tinha biló, como também tinha aquilo que lhe parecia ser o resto da barba do pobre Pai Natal!!!!

"Tu mataste o Pai Natal!!!!!"
"Tu mataste o Pai Natal!!!!!"

Começou a tremer e acabou por deixar cair a faquinha no chão de tijoleira...

A senhora, muito estupfacta com tudo aquilo tentou acalmar o petiz esquecendo-se da sua
condição... de calças e cuecas pelos joelhos, a descair para os tornozelos...

Todos os olhos no restaurante se fixaram naquele cenário, quando de repente o Paulito num acesso de desespero grita...
"Pai Natal, ela comeu-te mas eu quero-te sentir a barbas ternas!!!"...

E abocanhou o farfalhudo e branco pom-pom que emergia daquela pélvis!!!!

O grito de horror da assistência abafou ainda assim o suspiro de prazer que aquela senhora, que
nós sabemos quem é, deixou escapar...

O Amilcar ainda hoje jura a pés juntos que a senhora até revirou os olhos...

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